Cadê você, Jamela?
Escrita e ilustrada por Niki Daly - SM Edições
Como
reagimos às mudanças? Algumas pessoas são muitos resistentes, pois o
que é novo pode despertar alguns sentimentos como medo, ansiedade, etc.
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Desta
vez, Jamela fica sabendo que sua mãe conseguiu um novo emprego e que
isto resultará em uma mudança de casa. A ideia de ter que ir para uma
nova casa não a agrada.
Agora
imagine a confisão quando depois do caminhão carregado, pronto para a
partida, a mãe de Jamela procura por ela e não a encontra. Toda a
comunidade começa a procurar por Jamela.
A vida em comunidade, a solidariedade, a empatia são sentimentos que perpassam esta história.
O texto traz também a importância da música e da dança como forma de expressão de sentimentos para muitos povos africanos.
O que tem na panela, Jamela?
"O
que tem na panela, Jamela?" é o primeiro livro de uma série. Jamela, a
protagonista, é uma menina esperta, inteligente que procura soluções
para as diversas situações que vive. Neste texto, Jamela se encarrega de
cuidar de uma galinha que sua mãe comprou para fazer no Natal. Mas a
menina não só cuida como cria um certo laço afetivo com a ave,
tornando-a seu bicho de estimação. A galinha, bem cuidada, fica no ponto
para ser consumida no Natal. E aí? Como fazer para que seu bichinho não
vá para a panela? Jamela busca uma solução.
O livro traz, ao final, um vocabulário com palavras de outras línguas que aparecem no texto.
Pelas ilustrações é possível perceber o cuidado com as roupas, com os cabelos, com a casa, com as pessoas.
Em
algumas páginas, as ilustrações se assemelham a uma fotografia, não só
pela suavidade dos traços como também pelos detalhes com que retratam o
cotidiano.
As histórias desta série se
passam na África do Sul, país sede da Copa do Mundo 2010, sendo assim,
fica aí uma sugestão de leitura para contribuir com os projetos.
Bintou
é uma menina que sonha em ter tranças no cabelo. No entanto, a tradição
de sua aldeia não permite que crinças usem cabelos trançados. O livro
evidencia aspectos como respeito à sabedoria dos mais velhos e respeito
às tradições. Mesmo após um ato heróico pelo qual a mãe disse que a
menina receberia como prêmio a realização de um desejo, sua avó não fez
as tão sonhadas tranças. No entanto, a menina que inicia a história
dizendo que seu cabelo é "bobo e sem graça" termina gostando dele. Sua
avó, com sua sabedoria é quem contribui para a mudança da menina na
forma de se ver.
Professoa, Deus é preto?
O livro de autoria de Rogério Andrade Barbosa e ilustrado por Ciça Fittipadi traz a história de três irmãos. Os dois mais velhos saem de casa em busca de fortuna. O mais novo respeita os seres da natureza considerando, por exemplo, a vida de uma formiga tão valiosa quanto a de um ser humano. E é através deste respeito que coloca em prática, que surgem as possibilidades e ajudas necessárias para realizar três tarefas desafiadoras e salvar os irmãos de uma situação complicada.
As ilustrações trazem o colorido africano e a arte dos adornos do povo Zulu.
Ed. Lorousse Junior
As tranças de Bintou
Escrita por Sylviane A. Diouf e ilustrado por Shane W. Evans - Ed. Cosac & Naify
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O
tema cabelo é delicado principalmente para as meninas negras, mas o
livro trata o assunto de forma a valorizar a estética negra.
Roupas coloridas, adornos, diferentes trançados de cabelos fazem parte da rica das ilustração dese livro.
Roupas coloridas, adornos, diferentes trançados de cabelos fazem parte da rica das ilustração dese livro.
Chuva de manga
Escrito e ilustrado por James Rumford. Ed. Brinque-Book.
A história se passa no Chade,
país de grande extensão, mas não muito populoso. O título do livro
indica um acontecimento que ocorre no país. A chamada "chuva de manga" é
a chuva que cai no início do ano e favorece o florecer das mangueiras
que, alguns meses depois, estão carregadas de mangas maduras.
As ilustrações e o texto
contribuem para que se conheça um pouco sobre o cotidiano em uma aldeia
no Chade: diferenças étnicas que podem ser observadas através de
diferentes roupas usadas, o hábito de transportar objetos na cabeça
e brinquedo mais comum que é construído através do reaproveitamento:
carrinhos e caminhões feitos de latas, tampinhas de refrigerante, etc..,
O livro traz dois acontecimentos
paralelos: Da "chuva de manga" até a colheita da fruta e da coleta
de sucata à confecção do carrinho de Thomás.
Destaco que o menino Thomás
estuda e podemos ver crianças com cadernos nas mãos e o pai de Thomás
lendo jornal. A importância disto está na contribuição para desconstruir
a imagem errônea de que em África não se lê, não se estuda. Dia desses
ouvi de um aluno de 10 anos: "Professora, lá na África só tem
analfabeto. Ninguém lá sabe ler."
Uma dica: o prefácio deste livro
traz informações que enriquecem a leitura e ainda um mapa que localiza o
Chade no continente africano.
O comedor de nuvens
Escrito por Heloísa Pires Lima e ilustrado por Suppa - Ed. Paulinas
É
a história de um povo que vive no reino Achanti e que alimentam-se de
nuvens coloridas. Todas estão sempre ao alcance. Havia nuvens para todos
os gostos e momentos. Mas também havia um glutão que modificou o sabor
das nuvens e com isso toda a vida do reino. O céu se elevou ao
máximo para proteger as nuvens e com isso o povo agora só aprecia as
nuvens de longe, sem poder alcançá-las.
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A
ideia do uso indevido dos recursos naturais está presente no livro que
possibilita uma reflexão sobre a possibilidade de perdermos elementos da
natureza que nos são tão caros e que ainda estão ao nosso alcance.
Quanta coisa para pensar... Se quiser pensar. Quanta coisa para discutir... se assim quiser.
A história possibilita reflexão, mas trata tudo com muita delicadeza, sutileza e imaginação.
As ilustrções feitas em giz de
cera retratam o colorido das roupas africanas com desenhos de elementos
da natureza e figuras geométricas. Traçados fortes e cores quentes.
Que mundo Maravilhoso!
Escrito por Julius Lester e ilustrado por Joe Cepeda. Ed. Brinque-Book.Professoa, Deus é preto?
Quantas vezes leio esta história para as crianças correspondem ao número de vezes que ouço esta pergunta ao final.
O livro conta uma versão sobre o
que aconteceu logo após a criação do mundo. Deus, após contemplar sua
obra, recebe críticas de Flora, um anjo encarregado de tudo.
As ideias para a melhoria do mundo vão surgindo a partir das críticas e das ajudas que Deus vai recebendo.
Neste livro, Deus é negro,
casado, e ouve opinião para criação do mundo e o que mais chama a
atenção das crianças se refere ao fato de ele ser negro.
Este livro, independente de
crença ou religião, além de provocar uma discussão sobre Deus poder ou
não ser negro, possibilita uma desconstrução no modo de imaginar a
personificação de Deus. Que outras possibilidades? De que outras
maneiras ele poderia ser?
Certa vez, ouvi de uma criança negra de uns 9 anos: "Deus não merece ser preto".
Discutimos sobre o assunto, mas tal frase me fez ter a certeza da
importância de contar muitas e muitas histórias com personagens negros
e de que ainda temos muito para desconstruir e reconstruir.
O Rei Preto de Ouro Preto
De
forma poética a autora conta sua versão para a história do líder Chico
Rei. Um passeio pela História que começa em África e vem para o Brasil
através dos versos e das imagens. O livro fala de luta, de liberdade,
resistência.
Um
aluno sempre que o livro estava para empréstimo na sala costumava pegar
este livro. Um dia quis saber o motivo de ele sempre querer ler e reler
este livro. Ele me disse: "Ele é negro e um pouco mineiro como eu."
O cabelo de Lelê
Lelê é uma menina negra que inicialmente, não gosta de seus
cabelos cheios de cachinhos, mas ao ler no livro sobre o continente
africano descobre através da leitura sobre sua ascendência. E não tem
como... Passa a gostar mais de si mesma e principalmente de seus
cachinhos.
A questão abordada no livro vai
ao encontro do que objetiva a lei 10.639/03, pois conhecer a história do
negro e da África contribui para elevar a autoestima e também para
maior compreensão sobre as diferenças étnicas sem preconceitos, sem
racismos.
O texto é de Valéria Belém e as ilustrações são de Adriana Mendonça. Companhia Editora Nacional
Aída
"Pricesa preta? Eu nunca vi!"
Foi o que ouvi de uma aluna negra de 9
anos quando iniciei a leitura deste livro para uma turma. Como a
história não é curta, fiz a leitura em capítulos. Cada dia, lia uma
parte. Quando finalizei coloquei o livro na estante junto com os demais
que estavam disponibilizados para leitura. A aluna correu, pegou o livro
e disse: "Caraca! É princesa mesmo!"
Vi que mesmo eu lendo o livro
foi difícil para ela acreditar se tratar de uma princesa preta. Afinal,
como são representadas as princesas em boa parte dos livros e filmes?
Baseado na ópera Aída de Giuseppe Verdi este livro é um reconto de Leontyne Price ilustrado por Leo e Diane Dillon.
O livro conta a história de uma
princesa egípcia dividida entre o amor ao seu pai e seu povo e uma
paixão por um guerreiro do exército egípicio, inimigo de seu povo.
A beleza das roupas e adornos estão presentes nas ilustrações que têm cores quentes e traços delicados.
Todas as páginas possuem na borda desenho de flores na cor do ouro lembrando objetos da realeza.
Ed. Ática
Ed. Ática
Bruna e a galinha d'angola
O texto é de Gercilga de Almeida e as ilustrações de Valéria Saraiva. Ed. Pallas
A galinha d'angola é uma ave originária do continente africano. É um símbolo.
Fonte da imagem: http://www.pallaseditora.com.br/
fonte imagem: http://www.edicoessm.com.br/ver_noticia.aspx?id=7923
A galinha d'angola é uma ave originária do continente africano. É um símbolo.
Neste texto, dentro da história de uma
menina, neta de africana, que conquista amizades depois que ganha um
galinha d'angola, a autora também conta uma história da criação do
mundo.
O texto mostra o quanto
que se carrega de histórias na memória e o quanto que objetos
significativos podem ser fundamentais para o ato de rememorar.
Histórias contagiam e podem trazer transformações. É o que vemos também nesta obra e, muitas vezes, na vida.
Para os que apreciam atividades de
Artes em conjunto com histórias, este livro sugere a arte de modelar o
barro e a pintura de tecidos. E por que não colocar em prática?
Fonte da imagem: http://www.pallaseditora.com.br/
Falando Banto
Eneida D. Gaspar escreveu e Victor Tavares ilustrou. Ed. Pallas
Fonte imagem: http://www.pallaseditora.com.br/
O texto verbal é formado por palavras
de origem africana que fazem parte do vocabulário brasileiro. São tantas
palavras... Umas mais faladas em determinadas regiões do país do que
outras, mas muitas, muitas muito conhecidas. São palavras que falamos na
escola, na rua, na vida. E quanta vida encontramos nas palavras!
A cada página virada, um poema com um diferente tema.
As ilustrações retratam o movimento da
língua, muito presente neste texto, como também movimento que é tão
característico nas culturas africanas.
Fonte imagem: http://www.pallaseditora.com.br/
As panquecas de Mama Panya
Escrito por Mary e Rich Chamberlin e ilustrado por Julia Cairna - Editora SM.
A história que se passa no Quênia fala sobre colaboração, solidariedade e amizade.
Ao sair com a mãe para comprar
ingredientes para fazer panquecas (vikaimati), o menino convida amigos
vai encontrando pelo caminho. A mãe fica preocupada, pois não tem como
fazer panquecas suficientes para todos, já que possui apenas algumas
moedas. Mas, para surpresa dela, é a ideia de colaboração que prevalece e
possibilita um almoço mais do que suficiente para todos.
O livro traz um mapa situando o
Quênia e mostra algumas de suas principais características. Mostra
também como é um dia-a-dia no Quênia, alguns animais e plantas e umas
palavras em kiswahili, uma das línguas locais. Ao final, uma receita de
panqueca.
O livro é, portanto, rico em
diferentes aspectos. Além da narrativa que costuma encantar e envolver
crianças e adultos, seus complemnetos nos permitem ao leitor, situar-se
um pouco mais.fonte imagem: http://www.edicoessm.com.br/ver_noticia.aspx?id=7923
Ana e Ana
Célia
Godoy escreveu e Fê ilustrou a história de duas iramãs gêmeas. O livro
aborda sobre a igualdade e a diferença entre as duas e destaca o quanto
para as pessoas que as rodeiam elas são como uma unidade. A autora
procura mostrar a singularidade de cada uma da infância à vida adulta.
As
meninas são cuidadas pela avó, pois a mãe trabalha fora, o que nos
sugere um tipo de formação de família muito comum nos dias de hoje.
Através
do texto não verbal é possível perceber que as meninas têm amigos com
diferentes características físicas e que a vida delas pode ser
considerada confortável.
As irmãs brincam, estudam, crescem e se tornam profissionais das áreas que sempre gostaram.
Obs.:
Entre os iorubás, a mãe que tem gêmeos é considerada uma privilegiada
pelas divindades. O nascimento de gêmeos é comemorado positivamente. É
um grande acontecimento.
Nas religiões de matrizes africanas, conta-se que os primeiros gêmeos foram os Ibejis, filhos de Oxum e Xangô e que deveria ser um sinal, um motivo de culto e veneração. Os gêmeos foram tratatados como deuses infantis.
Ed. DCL
Nas religiões de matrizes africanas, conta-se que os primeiros gêmeos foram os Ibejis, filhos de Oxum e Xangô e que deveria ser um sinal, um motivo de culto e veneração. Os gêmeos foram tratatados como deuses infantis.
Ed. DCL
O baú das histórias
Texto (reconto) e ilustração: Gail E. Haley - Ed. Global
As histórias alimentam nossas almas, nossos sonhos...
Nesta história, Anase é
um homem-aranha que tece uma teia, sobe aos céus e, de volta à Terra,
vence os três desafios que lhe são impostos para conseguir o Baú das Histórias que até então pertencia a Nyame, o Deus do céu.
Apesar de toda a sua fragilidade, Ananse se torna um vitorioso e ao abrir o baú na sua aldeia, as histórias se espalham pelo mundo.
As ilustrações em xilogravura trazem o colorido tão característico em culturas africanas.
As histórias alimentam nossas almas, nossos sonhos...
De onde vieram tantas histórias que ouvimos, lemos, contamos e recontamos e reinventamos?
Um dos contos do continente africano que procura explicar a origem das histórias é o Baú das Histórias.
Esta é mais uma das histórias de Ananse (Anancy
ou Tia Nancy) que procuram contar como é que homens ou animais frágeis
ou pequenos, por meio da inteligência, superam as dificuldades e vencem
grandes obstáculos.
Apesar de toda a sua fragilidade, Ananse se torna um vitorioso e ao abrir o baú na sua aldeia, as histórias se espalham pelo mundo.
As ilustrações em xilogravura trazem o colorido tão característico em culturas africanas.
Irmãos Zulus
O livro inicia com um provérbio Zulu: "A terra, como a chuva, não pertence a ninguém. Deve ser dividida por todos." Penso que assim também são as histórias. Devem ser divididas, compartilhadas...O livro de autoria de Rogério Andrade Barbosa e ilustrado por Ciça Fittipadi traz a história de três irmãos. Os dois mais velhos saem de casa em busca de fortuna. O mais novo respeita os seres da natureza considerando, por exemplo, a vida de uma formiga tão valiosa quanto a de um ser humano. E é através deste respeito que coloca em prática, que surgem as possibilidades e ajudas necessárias para realizar três tarefas desafiadoras e salvar os irmãos de uma situação complicada.
As ilustrações trazem o colorido africano e a arte dos adornos do povo Zulu.
Ed. Lorousse Junior
A semente que veio da África
Textos: Heloísa Pires, Georges Gneka e Mário Lemos - Ilustração: Véronique Tadjo - Editora: Salamandra
Você conhece uma árvore chamada Adansônia? E
embondeiro? Talvez conheça pelo nome de Baobá! Vários nomes e uma só
espécie com muitas histórias para serem contadas. Este livro traz
recontos que falam desta árvore que é um símbolo no continente africano
sendo considerada como "a árvore da palavra". É uma árvore gigante na
largura e na altura. Aqui no Brasil há algumas destas árvores.
O
título dos livro nos remete à esta relação inseparável: África-Brasil.
As histórias contidas neste livro trazem muito das tradições africanas
como os "griots" e o respeito à sabedoria dos mais velhos.
Uma
das histórias contidas no livro traz uma "explicação" para o fato de
esta árvore ter os galhos voltados para cima e parecidos com raízes.
Ao
final da livro, encontramos fotografias do Baobá em África e no Brasil,
seus frutos, flores e crianças brincando com suas sementes.
As ilustrações são desenhos que têm o colorido que estão presentes nas padronagens e artes africanas.
http://literaturainfantilafrobrasil.blogspot.com.br/search?updated-max=2010-01-14T22:17:00-02:00&max-results=50
A menina do feijão suculento
A menina do feijão suculento – texto: Stela Barbieri ilustração: Fernando Vilela - Ed. Escala Educacional.
Tenho lido este livro para várias turmas e as crianças gostam muito.
Ele conta a
história de uma menina que mora em um lugar onde as pessoas vivem
praticamente da plantação. Um dia, a seca toma conta do lugar. A fome se
espalha e com ela mudam as relações entre as pessoas. A comunidade se
torna triste e desanimada. A protagonista inventa uma forma de somar e
dividir o alimento com a colaboração de todos e com isto se restabelecem
as relações interpessoais, o sentido de grupo e de solidariedade.
O tema do livro está relacionado a um dos objetivos do projeto estabelecido pela ONU em 2000: "8 jeitos de mudar o mundo".http://literaturainfantilafrobrasil.blogspot.com.br/search?updated-max=2010-01-14T22:17:00-02:00&max-results=50
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