domingo, 22 de junho de 2025

Gestão em educação: onde fica a ERER?

 

Gestão em educação: onde fica a ERER?

Patrícia da Silva Pereira
Mestra em Educação/FACED/UFRGS
Professora da RME-POA/RS
DOI: 10.31560/pimentacultural/2021.515.284-305


INTRODUÇÃO

A EDUCAÇÃO NA CONSTITUIÇÃO

A Educação no Brasil é fundamentada na Constituição Federal de 1988, sendo um direito de todos os indivíduos (Art. 5º), fundamental para a organização de uma sociedade minimamente civilizada e humanamente viável. Em seu bojo, também aponta as responsabilidades compartilhadas dos Entes Federados, traçando as responsabilidades do Governo Federal (através do Ministério da Educação/MEC), dos Estados e Distrito Federal (através das suas Secretarias Estaduais de Educação), e dos municípios (através de suas Secretarias Municipais de Educação), de forma bem explicitada.

O Art. 5º da Constituição Federal de 1988 aponta que “a educação, direito de todos, é dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. É uma prática social que visa o desenvolvimento do ser humano, formando cidadãos adultos, no futuro, apostando em suas potencialidades, habilidades e competências.

E, como diz nossa Carta Magna, não se restringe ao espaço escolar formal: a família é co-solidária nessa responsabilidade de formação, de construção de conhecimentos e de organização de nosso futuro a partir de suas crianças.

Duarte (2004) ressalta, contudo, que o direito à educação, previsto na Constituição de 1988 não engloba tão somente o direito do cidadão em cursar o Ensino Fundamental para obterá oportunidade de crescer profissionalmente e assim ajudar no desenvolvimento econômico do país, mas, sim, objetiva oferecer condições para o desenvolvimento pleno de inúmeras capacidades individuais, não devendo jamais se limitar às exigências do mercado de trabalho, mas propiciar que um cidadão cresça e se expanda no plano intelectual, físico, espiritual, moral, criativo e social. (CAMARA, 2013, p. 14)

Nesse mesmo documento organizador da gestão e convivência de nosso país, há alguns objetivos simples, que demandam toda a atenção de quem atua no espaço de Gestão da Educação, e que suscitam questionamentos basilares a quem atua na Gestão da Educação para as Relações Étnico-Raciais/ERER. Quando a Constituição Federal de 1988 nos aponta a “garantia ao pleno desenvolvimento do indivíduo”, qual o perfil deste indivíduo? Qual sua origem, sua etnia, sua ancestralidade, onde mora, com quem mora, que cosmovisão de mundo seus familiares estão lhe apresentando?

Ao enunciar que a educação deve “prepará-lo para o exercício da cidadania”, questiona-se qual cidadania, e se esta sociedade para a qual preparamos nossa próxima geração reflete seu real cidadão. Se não sabemos quem educamos, será que sabemos para qual sociedade e para qual exercício de cidadania formamos? Sob qual visão de mundo? E, ao prospectar que tal atividade, de anos e anos de aprendizagens e experiências escolares, deve preparar este jovem cidadão para o Mercado de Trabalho, observando as diferenças nos espaços educativos proporcionados às diferentes classes sociais, e as diferenças raciais tácitas dos que as frequentam, há de se questionar para quais papéis estarão sendo preparados cada um deles. Estamos garantindo um papel de liderança e exercício de poder aos frequentadores das Escolas das elites, das classes mais abastadas, e os papéis de subalternidade e obediência para a grande maioria das crianças, presentes nas Escolas públicas, em especial as situadas em periferias?

Há de se fazer algumas reflexões sobre esta Educação apresentada na Constituição Federal de 1988 e outras legislações educacionais, pensado na realidade do que se oferece à grande maioria dos brasileiros, precisamos exatamente pensar que brasileiros são estes. Afinal, de que brasileiros estamos falando? Qual a cor/raça da maioria da população brasileira? Como estes brasileiros são mostrados nos Livros Didáticos, desde as escolhas das imagens até sua participação na construção da história do país? Quais as referências que estas crianças, oriundas da grande maioria Negra da população (entre Pretos e Pardos, como definido pelo IBGE), têm ao longo do processo de escolarização?

Quantos Professores negros eles terão como referência positiva dentro das escolas, ao longo de, pelo menos, 14 (catorze) anos de permanência obrigatória na escola? Será que, realmente, a educação no Brasil reflete o seu povo? São muitos questionamentos necessários a quem pensa em orientar as ações de outros tantos Educadores. Os processos educativos, dentro ou fora das instituições escolares são, portanto, inevitavelmente marcados pelas especificidades dessas relações raciais. Tal marcador social exige do campo de pesquisa em Educação uma contínua composição com o debate acadêmico construído acerca de categorias sociais como raça, racismo e racialização, inconcluso e de extrema relevância social. (MEINERZ, 2017, p. 233)

Como costumo afirmar em Palestras, Formações e Reuniões com Professores da Rede Municipal que atuo, com outras Redes de Ensino, Escolas privadas e Instituições de Ensino Superior que formam novos Professores, o Professor que atua na Gestão da Educação deve sim ter muitas questões na cabeça, diariamente. Não só respostas prontas ou planos pré-traçados, mas questionamentos que o motivem a buscar conhecer cada vez mais o “para quem” se faz nossas atividades, e onde queremos que estes jovens cidadãos se vejam e o quanto eles se verão no contexto cotidiano, de forma positivada e afirmativa. Há quatro questões que sempre me faço quando estou preparando qualquer planejamento, e que deveriam estar na memória dos professores, cotidianamente: 1) Que escola é esta? 2) Que educação é esta? 3) Que cidadãos estão sendo formados aqui? E 4) Que sociedade estamos construindo? Porque, se a Escola não reflete a presença e história da sua comunidade escolar, ela está refletindo quem no seu currículo? Qual história? Somente a história e perspectiva dos colonizadores?

Somos um país Negro! Sim, somos o maior país de população afrodescendente, de africanos em diáspora, fora de África, fora do seio do Continente-Mãe! Todo o processo de mercantilização dos diversos Povos Africanos sequestrados, vendidos e trazidos a ferro para o nosso país, além das torturas, exploração e violências aqui impostas pelos colonizadores europeus, deixaram marcas indeléveis na estrutura de nossa sociedade. O racismo é o eixo central da economia racializada, desde o Período Colonial. Nunca houve uma emancipação real dos africanos e seus descendentes, nem indenizações ou inclusão social real e digna, que possibilitasse a estas pessoas mitigar o desequilíbrio econômico e social que mais de 300 anos de escravização lhes impuseram.

Incrivelmente, mesmo sendo maioria da população, somos chamados de “minorias”. Não minorias quantitativas, apesar da invisibilidade total nos espaços de poder e espaços de Gestão das Políticas Públicas, em todos os níveis de todos os espaços decisórios. Mas somos as minorias de direitos, os que menos acessam os bens produzidos socialmente, mesmo que ali sejamos a maioria da mão-de-obra básica. Somos os que menos acessam os serviços públicos, mesmo que gratuitos e que estejam dentro das comunidades periféricas. Não se trata de um impedimento legal ou tácito, mas de não sentir-se parte da sociedade, do sentido de exclusão, do sentimento de “Não-lugar”, de não ser digno de merecer usar tais espaços. Inclusive, por muitas vezes, ser tratados como cidadãos de 2a linha, com desdém ou menos consideração (até um racismo direto, declarado mesmo), como muitas Pesquisas, livros e Teses já apontam (SILVA, 2009; SILVA e AÇO, 2018; ALMEIDA, 2013; PRIMO e FRANÇA, 2020), há décadas.

Mulheres, Negros, Indígenas, LGBTI’s, Idosos, Pessoas com Deficiência, Ciganos e outras minorias étnicas, Refugiados (em especial, os vindo de África e do Oriente Médio) são a base da base da pirâmide social, como já apontado pelo IBGE (Há diversos artigos e materiais disponíveis sobre as pesquisas econômicas, e relações entre desigualdade econômica e racial no site do IBGE, numa área chamada Educa IBGE. Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/jovens/materias-especiais/21039-desigualdades--sociais-por-cor-ou-raca-no-brasil.html). Estão à margem de tudo, sendo obrigados a empreender muito mais esforço e tempo para “furar” as barreiras sociais, e ascender socialmente, saindo das linhas de Pobreza e extrema Pobreza, onde são a grande e gritante maioria, historicamente.

Como exemplos, segundo os dados de 2013 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2013), os negros e as negras são os mais vulneráveis às violências sociais, possuem 3,7 mais chances de serem assassinados em relação Às pessoas brancas, sofrerem racismo no mercado de trabalho e no processo de desenvolvimento educacional, com o preconceito, a discriminação social e racial. Os negros constituem o grupo social em que os índices de homicídio no país vêm aumentando desde o ano 2002. Conforme estudos divulgados pelo “Mapa da Violência 2012: a cor da violência no Brasil”, de 2001 a 2010, enquanto os homicídios da população jovem branca caíam em 27,1%, os homicídios de jovens negros cresceram 35,9%. Somente no ano de 2010 cerca de 35 mil jovens negros foram assassinados no país. (RODRIGUES, 2014, P. 09)


A ERER E A EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA

Apesar de parecerem ter o mesmo foco, há diferenças entre os conceitos de ERER – Educação para as Relações Étnico-Raciais -, e a Educação Antirracista. Explicitado pela Professora Dra. Carla Beatriz Meinerz (2018), em um dos seus vários estudos sobre a temática, esta afirma que:

A definição conceitual de ERER explicita-se oficialmente no Parecer do Conselho Nacional de Educação/Conselho Pleno (CNE/CP) 03/2004, alinhada à ideia de combate ao racismo e à discriminação racial, no cotidiano escolar. Tal Parecer aprova as Diretrizes Curriculares Nacionais e, em sua redação, observa-se a seguinte definição: “A educação das relações étnico-raciais impõe aprendizagens entre brancos e negros, trocas de conhecimentos, quebra de desconfianças, projeto conjunto para construção de uma sociedade justa, igual, equânime”. Destacamos, na presente análise, duas orientações do texto legal: a primeira, sugere o movimento de conhecimento das histórias e culturas afro-brasileiras e indígenas, através do diálogo com as comunidades tradicionais; a segunda, incentiva a participação de grupos do Movimento Negro – e Indígena, a partir da Lei. 11.645/08, sob a coordenação dos gestores e professores, na elaboração de projetos que contemplem a diversidade étnico-racial. (p. 153)

Tal compreensão não restringe a Escola, em específico, o Currículo Escolar, como único campo de disputa de narrativas históricas e sociais, na busca de processos e metodologias educacionais que contemplem, equitativa e mais realisticamente, os fatos, contribuições, participações e invenções de todos os grupos étnicos que compõem este país. É buscar, num tempo delimitado anual de atuação, especificado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN, de 800 horas e 200 dias letivos, para contemplar os Povos Tradicionais, os Africanos e descendentes de africanos, entre outras minorias étnicas, em todas as suas riquezas. E tal exercício de Gestão Educacional vai se basear em novas pesquisas, produções de conhecimentos acadêmicos, na leitura constante destas novas fontes, mais inclusivas e realistas, conclamando que não só os Gestores dos Sistemas Educacionais, mas das Escolas, além do restante da Comunidade Escolar, se assentem para pensar, conjuntamente, no que nos é caro e possível incluir no cotidiano escolar, do conteúdo à forma como são propostos aos cidadãos em formação: nossos alunos!

Ao contemplarmos a ERER extravasando os muros escolares, e ampliando o espaço de disputa narrativa e histórica, que modifica a visão de mundo de muitos grupos e Comunidades, e segue subsidiando as lutas em outros espaços de convivência, como locais de trabalho, espaços comunitários, espaços religiosos e até nos Partidos Políticos, ampliando as práticas de Ações Afirmativas. É aí que aplicamos a Educação Antirracista!

Para Sherol, a Educação antirracista ajuda na valorização da identidade e da trajetória dos diferentes povos que formam um país, em vez de tomar a visão do colonizador como a dominante. Além disso, a prática auxilia no sentimento de pertencimento dos negros no espaço escolar e acadêmico. “É uma valorização da diversidade, daquilo que distingue os grupos raciais, mas não os hierarquiza”, diz Sherol. “Uma Educação antirracista é aquela que entende que vivemos em uma sociedade racista, em que as relações entre as pessoas são pautadas também a partir do lugar social e racial que elas ocupam, e se preocupa em preparar indivíduos que possam se colocar contra esse sistema, gerador de maior desigualdade”. De acordo com ela, isso requer uma mudança não só no currículo, mas nos discursos, nos raciocínios, nas lógicas, nas posturas e nos modos de tratar as pessoas negras. (MADUREIRA, 2020, p.01)

Por isso, é necessário reeducar Professores, Monitores e os demais Trabalhadores em Educação, para que as práticas de ERER sejam de toda a Escola, em todos os espaços escolares, em momentos diversos, para além do quadro e livro. Isto é muito importante, porque precisamos sempre lembrar que somos educados numa sociedade que nos ensina a competir e a sermos preconceituosos. Somos educados a sermos machistas, racistas, homofóbicos e toda a sorte de preconceitos possíveis, desde o nosso nascimento. Mas, como sempre nos lembram as palavras de Nelson Mandela, em sua autobiografia de 1994, “Ninguém nasce odiando o outro pela cor de sua pele, ou por sua origem, ou sua religião. Para odiar as pessoas precisam aprender, e se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar”. (MANDELA, 1994). Infelizmente, em diversos espaços de encontros de Professores Antirracistas (Encontros em Seminários, Cursos, Formações, no nosso Coletivo de Educação Antirracista do RS, surgido durante a Pandemia (2019), nos Encontros para as aulas finais das Edições do Curso UNIAFRO/UFRGS. São relatos constantes de situações de boicotes, impedimentos, proibições e interdições, as vezes, silenciosa, outras vezes não, que buscam não permitir a mitigação do racismo, em suas diferentes faces.), há relatos de uma gama de ações preconceituosas que são de incidência cotidiana na Escola, como o Bullying, a invisibilidade, as diversas discriminações e todas as formas de exclusão praticadas, que abalam a construção da autoestima das crianças. Baixa autoestima prejudica a capacidade de aprendizagem, memorização e apreensão dos conhecimentos, bem como, da construção de uma consciência crítica e a cidadania.

O racismo no ambiente escolar é também presente na evasão escolar, nos baixos índices de escolarização e defasagem quanto à relação idade e série escolar. Dentro das condições históricas e sociais, com suas formas de se construírem socialmente, enquanto sujeitos sociais, esse grupo étnico também se encontra inserido em um contexto de desumanização, proibido de ser, privado de desenvolver suas potencialidades, de viver plenamente a sua condição de ser humano dotado de direito à dignidade e ao exercício da cidadania.

Tendo por vista esses jovens como uma condição histórica e social, é possível perceber as desigualdades escolares entre indivíduos negros e brancos, ou brancos e não brancos, como parte da interdição de possibilidades e de heranças sociais que lhes foram impostas como limitadores de acesso à mobilidade social. Devido a uma questão cultural e política, por conta do racismo estrutural, da naturalização do racismo nas relações sociais refletidas no cotidiano escolar, onde de tanto o cultivar tornou-se um valor cultural e social, naturalizou-se em todos os espaços sociais (GRISA, 2011). O resultado disso reflete nas disparidades sociais seculares no país, na privação da ascensão social como resultado material da manutenção dos privilégios, do status quo e da reprodução da exclusão de vários espaços da vida cotidiana. (RODRIGUES, 2014 p. 29)

A escola, ao retratar a população negra e indígena apenas como “escravizados” ou “indolentes” ao longo da história, omitindo, deliberadamente, todas as suas ações e contribuições para a construção do Brasil, e concedendo o papel de “herói” apenas aos brancos, opta por não criar uma ligação empática com tais povos, visto que ninguém gosta de se ver ligado, historicamente, apenas a ditos “derrotados” ou “inferiores”, como é representado em alguns Livros Didáticos. É enunciar, não verbalmente, o nosso Não-Lugar! É dizer que ali não se mostram tais referências pois nada há de positivo nestas, o que não é verdade. E, como tais pesquisas mostram, além das questões de pobreza, dificuldades familiares, a não valorização do educar passa, também, e portanto, pelo Não-Lugar. Nessa perspectiva, da relação entre o racismo na escola e a aprendizagem, os Gestores da educação precisam ter em seu horizonte os dados racializados de seus alunos (Professores e demais trabalhadores na Educação, também), transversados pelos indicadores de Reprovação e Evasão. É com estes indicadores que se tem comprovado a desigualdade entre brancos e não-brancos, neste abismo de “aproveitamentos” e indicadores, que precisam se materializar em Planejamentos e Políticas Públicas que deem conta de mitigar os resultados do racismo na Educação.


O TRIPÉ NA GESTÃO DE ERER

Não há um único espaço de Gestão dentro da Educação, e isso não se dá somente na Educação Pública, mas em muitos níveis de gestão das políticas públicas e das ações e Planejamentos que envolvem os Sistemas de redes públicas e privadas. E estes níveis se relacionam, de forma direta e constante, dentro dos papéis que exercem, dentro e fora da Escola, de acordo com as legislações que delineiam o seu contexto.

De acordo com Groppo (2006), o termo gestão é derivado do latim ‘gestio’, que significa ação de dirigir; portanto, não perde a essência também estabelecida para administração. Para Cury (2007) a palavra gestão provém do latim e significa: levar sobre si, carregar, chamar a si, executar, exercer, gerar. O termo gestão tem sua raiz etimológica em ger, que significa fazer brotar, germinar, fazer nascer; desta mesma raiz provêm os termos genitora, genitor, gérmen. O termo gestão, teoricamente teve seus referenciais desenvolvidos a partir de críticas à expressão “administração”, originária do sistema fabril. (CHAVES; GUTIERRES; MENDES; RIBEIRO, 2014, p. 2)

Os autores relembram a história do surgimento da Administração, em especial, da Administração/Gestão Educacional, provinda da organização fabril dos trabalhadores durante o processo de crescimento e organização das sociedades capitalistas. Era preciso dar conta dos diferentes processos e objetivos naqueles espaços de trabalho, e para cada especificidade ou grupo de produção, “implementou-se a divisão pormenorizada do trabalho, a separação entre o pensar e o fazer, intensificando-se o controle do trabalho, originando-se daí a necessidade da gerência” (CHAVES; GUTIERRES; MENDES; RIBEIRO, 2014, p. 3), surgindo, daí, os postos de trabalho chamados “administrativos”, organizando e potencializando os resultados esperados, além das memórias das ações, de onde se podia extrair as informações referentes ao trabalho individual (horas trabalhadas, tempo, salário e demais direitos e insumos relacionados aos trabalhadores) como no extrato do trabalho coletivo (aquisição e manutenção de maquinários, insumos, etc.), além da geração de lucro. Todas estas informações e memórias precisam ser organizadas e guardadas, além de analisadas e dado os devidos encaminhamentos, cotidianamente.

Este ambiente pode ser “replicado” para o ambiente escolar e da organização dos Sistemas Educacionais, pois Gestão Escolar e Gestão da Educação são conceitos que estão um dentro do outro, as que tem suas devidas especificidades. 

Os termos gestão da educação e administração da educação são utilizados na literatura educacional ora como sinônimos, ora como distintos. Algumas vezes gestão é apresentada como um processo dentro da ação administrativa, em outras, seu uso denota a intenção de politizar esta prática (GRACINDO; KENSKI, 2001). Apresenta-se também como sinônimo de ‘gerência’, numa conotação neo-tecnicista. Em discursos mais politizados, o termo gestão aparece como alternativa para o processo político-administrativo autoritário da década de 1980, e sugere “uma tentativa de superação do caráter técnico, pautado na hierarquização e no controle do trabalho por meio da gerência científica, que a palavra administração (como sinônimo de direção) continha” (ADRIÃO; CAMARGO, 2007). Mas tanto os organismos internacionais quanto os movimentos sindicais, que postulam posições mais avançadas na área, optaram pelo termo gestão, obviamente, cada um com concepções diferenciadas. (CHAVES; GUTIERRES; MENDES; RIBEIRO, 2014, p. 4)

No meu entender, a Gestão, para a concepção de Educação a que me proponho refletir e compartilhar, se apresenta como um conceito mais adequado, visto que se necessita olhar o outro como parte inerente e importante de todos os processos educacionais. O olhar da Educação em ERER é olhar o outro como parte de nós mesmos, parte da nossa história ancestral, e faz com que possamos organizar até nossas ações mais complexas da gestão de forma a refletir tais aprendizagens transgeracionais. Aliás, este é o papel que se espera de quem ocupa um espaço de poder como este (da gestão específica da ERER), mesmo sendo de um pequeno ou micropoder, que vai afetar a construção de uma comunidade, e colocar em prática as aspirações e gerações, representadas pelos Movimentos Negros e Indígenas.

É um espaço de representatividade, onde se espera de tal operador conhecimento, vivência e cosmovisão condizente com as necessidades e anseios destas comunidades organizadas, muito além de ser um mero aplicador de propostas de um determinado governo ou Diretor-Geral. O processo de ERER é um caminho de humanização que a atual forma escolarizada, no geral, não tem dado conta, por falta de um olhar mais humanamente diverso e potencializador de diferenças que nos singularizem, e não nos desigualem!

Pensando no tripé, nas três partes em que percebo a Gestão de ERER, vejo-as organizadas da seguinte forma:

Figura 1 - O tripé da Gestão da ERER.

Fonte: Elaborado pela autora.


No primeiro quadro, da esquerda para a direita, encontramos os Gestores, que, usualmente, denominamos de Gestão Central ou maior dos espaços Educacionais. Compõem este grupo os Servidores designados para a Secretaria de Educação, seja Estadual ou Municipal (podendo, também, acrescentar os do Ministério da Educação) que gestam seus devidos Sistemas de Ensino (conforme legislações específicas); os proprietários e Diretores de Escolas e Redes de Ensino privadas, comunitárias e afins; os Diretores das Escolas Públicas; e os profissionais que atuam em espaços de organização das Escolas, como Supervisão Escolar e Orientação Educacional.

No segundo grupo, encontramos os Educadores, numa visão ampliada de todos os profissionais que atuam diretamente nas diferentes aprendizagens dos alunos no espaço escolar. Neste, incluem-se os Professores, Monitores, Oficineiros, Servidores ou empregados que atuam em tarefas administrativas (Secretaria, Coordenação de Turno, etc.), e os demais trabalhadores (limpeza, cozinha, portaria, etc.), que são responsáveis pela aprendizagem do trato social e vivências humanas em geral.

E, no terceiro e último grupo, representado no quadro, encontram-se os membros da Sociedade em geral, ou seja, que compõem órgãos e entidades que têm por papel acompanhar e regular os andamentos
destes espaços educativos. Neste grupo, podemos incluir o Tribunal de Contas, o Ministério Público, os Conselhos de Educação, Os Conselhos Escolares e entidades representativas dos Pais ou Responsáveis,
e, finalmente, as Famílias. Estes três grupos, em amplitude e organização diferenciada, têm por papel base o planejamento, a execução, o acompanhamento e, quando necessário, a correção dos rumos que a Escola está tomando em relação ao que é determinado nas legislações de ERER, em nível Federal, Estadual e Municipal, adequados às suas realidades.

Cabe sempre lembrar que estamos falando de ações e planejamentos obrigatórios em todos os níveis de ensino da Educação Básica e na Formação de Professores, que deve perpassar o Currículo todo, de forma direta, em todas as disciplinas. Não é trabalho pautado em efemérides, em datas comemorativas, mas basilar em todas as ações dos espaços escolares. E é responsabilidade de todos estes grupos garantir que esteja sendo efetivado, de forma adequada, como pactuado entre governos e Movimentos Sociais organizados, e posto em Leis, Resoluções, Diretrizes e afins. No caso da Educação Pública, que atinge a grande maioria dos brasileiros, não são ações de Governo, mas de Estado, que pactuam uma futura Nação brasileira mais igualitária.

Penso que, para cada um destes grupos, existam ações mínimas a serem tomadas e levadas a termo, para que se obtenham os resultados básicos aceitáveis. No que tange ao Grupo dos Gestores, deve-se esperar:

• O cumprimento das Resoluções e Normas legais (Diretrizes Curriculares, Planos de Implementação, Pareceres) que tratam da ERER, em sua totalidade.

• O cumprimento dos Planos Nacionais, Estaduais e Municipais de Educação atuais, que são válidos até 2022, pelo menos, incluindo-os em seus Planos de Metas Plurianuais.

• Renovações de Regimentos, Planos Políticos Pedagógicos e Currículos, incluindo a ERER, de forma completa, sem as “pendências” vistas em muitos Pareceres de renovações, já encontrados, ad infinitum.
• “tradução” das Competências da BNCC em ações realizáveis e possíveis de se incluir a ERER e a  Educação em Direitos Humanos – EDH.

• Implementação de verbas nos Orçamentos anuais, de forma a contemplar amplamente as Formações em serviço (obrigatórias e regulares) e complementares, aquisição de materiais pedagógicos e bibliografias (de leitura e formativas), e as saídas de Campo em espaços específicos para aprendizagens in loco (Aldeias Indígenas, Quilombos urbanos e rurais, Museus, etc.).

• Criação/manutenção de Equipe de Assessorias de ERER e EDH de forma efetiva e com autonomia/parceria de trabalho cotidiano interno (nas Secretarias ou espaços administrativos) e nas escolas, de forma representativa, com formação específica e experiência significativa, tanto em sala de aula como com as temáticas de ERER e EDH.

• Planejamento real, anual e focado nas ações de ERER e EDH, de forma efetiva e qualificada, com ações compartilhadas com outras Assessorias correlatas, com as Coordenações Pedagógicas, Bibliotecas Escolares, etc.

• Inserção da ERER e EDH em todos os setores e ambientes educativos, de forma a criar uma ambiência racial plena, não apenas “para inglês ver!”.

• Manter dados atualizados de funcionários/servidores e alunos, de forma que possibilite quantificar os dados raciais e de locais específicos de moradia (Quilombos, Aldeias Indígenas e Assentamentos) de todos, bem como, estudos quali/quantificados anuais, com recortes de Evasão e Reprovação Escolar, dados econômicos, passíveis de análises pormenorizadas.

No Grupo dos Educadores, as ações mínimas esperadas, para alcançar os resultados básicos aceitáveis, são:

• Garantir e efetivar Formações internas nas Escolas, com foco em ERER e EDH, construindo parcerias com outras turmas, anos/séries, setores e trabalhadores em Educação, de dentro e de outras instituições, inclusive de Formação de Professores e Instituições de Ensino Superior/IES.

• Organizar Planejamentos realistas e factíveis, trazendo a Diversidade (Raça, gênero e classe) no fazer cotidiano, e traduzindo as Normativas e orientações legais em efetivas aprendizagens significativas e que representem o nosso Povo brasileiro, afastando os Planejamentos baseados só em Efemérides sem significado real e construtivo de aprendizagens.

• Garantir a participação na atualização do Regimento, Plano Político-Pedagógico e demais documentos orientadores da ação pedagógica na escola.

• Observação dos Planos Diários, com efetivação dos Planejamentos e Normas legais vigentes, em especial de ERER e EDH.

• Acesso a verbas para criação de uma Ambiência Racial mais natural e ampla, bem como de outros tantos materiais necessários ao trabalho de EDH, dentro e fora do espaço escolar.

• Não operar no espectro da exotização em ERER!

É muito importante frisar este último item, que tem sido um grande obstáculo na compreensão do trabalho de ERER. Quando falamos em singularidades, nas características diversas dos diferentes Povos Africanos e Indígenas, entre outras minorias étnicas, infelizmente, alguns Educadores se apegam no lado exótico dessas culturas, ressaltando um padrão de diferença de forma não respeitosa e muito menos adequada ou prevista nas Legislações de ERER. Tudo que se confunde com exótico (fora da ótica, fora daquilo que normalmente temos contato visual, o que difere do nosso contexto) acaba, nestas populações, vindo a reforçar suas características culturais e fenotípicas de forma pejorativa, numa noção errada de civilização, pautada por uma normatização eurocentrada de mundo. Tudo o que sai do padrão do colonizador (branco, cristão, heteronormativo, masculino, classe média, etc.) é visto como “não normal” (fora da norma, do ideal civilizatório), sendo quase inumano! E não é este o foco da ERER. A ideia é exatamente o oposto: é naturalizar a presença das diferentes histórias, culturas e corpos, buscar trazer a lume suas participações nas diferentes nações ao longo do tempo, e promover uma coexistência respeitosa (e não colonizadora) de todos os povos. No entanto, para podermos naturalizar estes conceitos e presenças, precisamos realmente, conhecê-los e respeitá-los, cotidianamente.

Isto também vale para as questões dos conhecimentos religiosos e suas diferentes práticas. Mesmo que se saiba que não é o proselitismo religioso que deve estar presente nas aulas de Educação Religiosa (que
ainda é obrigatório o seu oferecimento, conforme consta na BNCC), ainda mais num espaço de formação de uma sociedade pautada no Estado Laico, é necessário que as abordagens das Afrorreligiosidades (de Matriz Africana) estejam garantidas no cotidiano escolar, junto com todas as demais denominações religiosas. Sem exotização e sem demonização! No meu entender, as ideias, histórias, virtudes e ideais humanos das religiosidades é pauta escolar, os dogmas e práticas devem ficar circunscritos aos seus espaços religiosos, adeptos e fiéis.

E, finalmente, no Grupo da Sociedade, podemos pensar nas seguintes ações mínimas para balizar e corrigir os resultados minimamente aceitáveis:

• Ampliação e publicização das ações de Grupos de Fiscalização do cumprimento das Normas Legais de ERER e EDH, como o Grupo 26-A do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul (Saiba mais em: <https://portal.tce.rs.gov.br/portal/page/portal/tcers/administracao/gerenciador_
de_conteudo/noticias/TCE-RS%20audita%20ensino%20da%20cultura%20afro-brasileira%
20e%20ind%edgena>.).

• Ações de responsabilização e acompanhamento mais efetivo do cumprimento das Normas Legais de ERER e EDH, ouvindo os Professores e alunos, nas escolas.

• Organização e complementação de Pareceres, Resoluções, Planos de Implementação e demais Normas Legais de ERER e EDH, de forma a englobar mais aspectos do cotidiano escolar, para não tornar repetitivo e inexequível o que é preconizado.

• Manter reuniões, Formações e Grupos de Trabalhos que se relacionem com toda a Comunidade Escolar, e com a Sociedade em geral, ampliando sua comunicação e atualização constante, conforme os avanços conquistados.

• Publicização de Indicadores de Aprendizagem, com os devidos recortes (Raça, gênero e classe, além dos locais específicos de moradia) e a influência das mudanças nas práticas de ERER e EDH (sua efetivação), pelo menos, a cada três anos. 

Cabe ressaltar aqui, nestes parágrafos finais, que há uma divisão conceitual para esta Pesquisadora, no que tange ao trabalho de ERER e EDH. Mesmo que as temáticas de Raça (Negros, indígenas e demais minorias de direitos) estejam inclusos nas Diretrizes de Educação em Direitos Humanos, elas são implementadas e praticadas de forma diferenciada. EDH tem suas Diretrizes próprias, legislações correlatas e, como apresentado na Resolução nº 18 de 2018, do Conselho Municipal de Educação de Porto Alegre/RS, o caráter de temáticas transversais, que operam de forma fluída, dentro dos conteúdos previstos na BNCC, para cada etapa da aprendizagem. Já a ERER é parte fundante da própria legislação básica da Educação Nacional, sendo sua implementação obrigatória em todas as disciplinas e etapas da Educação, perpassando desde a Educação Infantil até a Formação de Professores nas Universidades. 

Políticas de reparações voltadas para a educação dos negros devem oferecer garantias a essa população de ingresso, permanência e sucesso na educação escolar, de valorização do patrimônio histórico-cultural afro-brasileiro, de aquisição das competências e dos conhecimentos tidos como indispensáveis para continuidade nos estudos, de condições para alcançar todos os requisitos tendo em vista a conclusão de cada um dos níveis de ensino, bem como para atuar como cidadãos responsáveis e participantes, além de desempenharem com qualificação uma profissão. A demanda da comunidade afro-brasileira por reconhecimento, valorização e afirmação de direitos, no que diz respeito à educação, passou a ser particularmente apoiada com a promulgação da Lei 10.639/2003, que alterou a Lei 9.394/1996, estabelecendo a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileiras e africanas. Reconhecimento implica justiça e iguais direitos sociais, civis, culturais e econômicos, bem como valorização da diversidade daquilo que distingue os negros dos outros grupos que compõem a população brasileira. E isto requer mudança nos discursos, raciocínios, lógicas, gestos, posturas, modo de tratar as pessoas negras. (CNE, 2004, p. 11)

Pela importância na qualidade de vida/educação da maioria da população do país (Negros e Indígenas, além de todas as especificidades determinadas na Portaria Federal nº 6040 de 2007, que determina quem são os Povos Tradicionais), ERER é o Eixo-Base do pensar pedagógico, desde a escolha dos materiais, entendidos mais simples, como os brinquedos, livros de histórias ou jogos pedagógicos, como também da autoria e conteúdo dos textos/materiais/origem de/em diferentes disciplinas. Identidade, representatividade, pesquisa e aprendizagem indo bem além da exotização cultural: conceitos e conhecimentos-chave para o pleno desenvolvimento da Gestão na Educação, dentro dos ambientes político-administrativos, como também, em cada escola e sala de aula.

O trabalho com ERER é um trabalho complexo, que opera na simplicidade de um Contar de Histórias, da construção de um colar de Contas ou na pesquisa aprofundada em fontes territorializadas e racializadas (de quem está lá no Continente-Mãe ou é parte destas Minorias de Direitos nas periferias do Brasil). É um aprendizado que une os ensinamentos cantados das nossas avós Benzedeiras e a Etno-Matemática dos Laboratórios e Bibliotecas da Universidade de São Paulo/USP. É um olhar criativo e sensível à condição do outro, num exercício de alteridade, que busca humanizar as relações e a Educação como um todo, e que, pra isto, afeta (no sentido de afeto) outros nos seus espaços de atuação, buscando ampliar os agentes que estão no seu ambiente, e levar para outros ambientes tais conhecimentos. Exige conhecimento, sensibilidade, vivência e experiências.

ERER é luta ancestral que, em forma de Leis conquistadas pelos Movimentos Sociais negros, direciona o país a tempos de solidariedade e respeito, a despeito do racismo cotidiano que assola nossos muros e salas, e tenta desqualificar nossas ações, diminuir nossos fazeres e calar os que ainda mobilizam seus pares, retirando seus “lugares de fala”. Mas, acima de tudo, ERER é compromisso! Compromisso com a
cidadania, com a Gestão de qualidade, com a formação de nossas Comunidades, com o desvelar dos conhecimentos e de seus verdadeiros produtores. Não há que se buscar ficar sobre o muro conveniente da neutralidade, posto que não haja neutralidade no fazer pedagógico, muito menos frente ao racismo. Ou está de um lado, para mitigar e humanizar as relações, ou do outro, impedindo e obstaculizando sua execução, e este último não deve ser o papel dos profissionais da Educação.

Quando um/a Professor/a, de qualquer disciplina, ano ou série/ciclo, se dá ao trabalho de pesquisar pessoas de outras etnias, raças, cores, gênero, orientação sexual, classe social, que não sejam apenas do grupo hegemônico europeu-norteamericano, cristão, branco, heterossexual, Classe A, masculino, demonstrando com fundamentação e motivação que todos os grupos, ao longo da história, em todos os territórios, contribuíram para o desenvolvimento da humanidade, ele está operando de forma afirmativa (como preconizado na ERER) a construção da identidade de forma pedagógica e cidadã! Este é o nosso
compromisso com os cidadãos do futuro, e com nossa ancestralidade.


REFERÊNCIAS

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SILVA, I. B. O racismo silencioso na escola pública. Araraquara, SP: Junqueira & Marin, UNIARA, 2009.


Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
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R382 Relações étnico-raciais: saberes e visibilidades necessárias
[recurso eletrônico] / Alba Cristina Couto dos Santos Salatino,
Sabrina Hax Duro Rosa, Jade de Oliveira Monteiro (Organizadoras).
-- 1.ed.-- São Paulo, SP: Pimenta Cultural, 2021.
1 arquivo em PDF (472p..)
ISBN 978-65-86734-51-5 (Livro digital)
ISBN 978-65-86734-52-2 (Livro físico)
1. Relações étnico-raciais. 2. Programas de ação afirmativa.
3. Direitos humanos. 4. Mulheres. 5. Quilombos. I.Salatino, Alba Cristina
Couto dos Santos, org. II.Rosa, Sabrina Hax Duro, org. III.Monteiro,
Jade de Oliveira, org. IV. Título.
CDU: Ed. 2007(online) -- 37:323.1
DOI: 10.31560/pimentacultural/2021.515
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Catalogação na publicação: Aline Terra Silveira – CRB 10/1933

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