Histórias de Ananse
Edições: SM
O livro traz dez contos da tradição oral de Gana que têm como personagem principal Ananse.
Ananse é uma aranha, com atitudes humanas, que faz uso da astúcia e da esperteza para buscar formas de resolver as situações embaraçosas em que se envolve.
As histórias falam de sentimentos como inveja e aceitação de limitações próprias e também sobre ações como obediência aos mais velhos e o uso da verdade.
Ao final do livro encontramos informações históricas sobre Ananse e sobre a importância da história oral e também sobre a vida na aldeia em Gana (família, casamento, deuses, comida, etc...).
Nem um grão de poeira
Escrito por: Rogério Andrade Barbosa e Ilustrado por Rubem Filho
Reconto Etíope.
A narrativa se passa na antiga Abissínia, atual República da
Etiópia e traz um fato histórico muito comum durante décadas e décadas,
principalmente, no continente africano: “visitas” de europeus que buscavam conhecer os lugares para posterior exploração e domínio.
A história é impregnada do sentimento de orgulho e de valorização
das riquezas e diversidades naturais e culturais que são descritas e
ilustradas no livro, além de mostrar a resistência contra a invasão e
colonização europeia.
Plantando as árvores do Quênia
O livro conta a história de Wangari Maathai, primeira mulher africana a receber o Prêmio Nobel da Paz.
É uma história que fala de valores, meio ambiente, luta, união, participação e ações transformadoras.
Como
uma população pode deixar de contribuir, direta ou indiretamente, com a
destruição do meio ambiente passando a agir de forma a promover
mudanças a curto, médio e longo prazo? Que sementes uma pessoa é capaz
de plantar não só no solo, mas também na cabeça das pessoas de modo a
fazê-las se sentirem não só como parte do problema, mas também como
parte da solução dos mesmos?
Impossível não falar também sobre as ilustrações. Cada página pode ser considerada uma obra de arte.
Não canso de apreciar os detalhes e a delicadeza dos traços.
Três contos africanos de adivinhação
O leitor é levado a pensar sobre os acontecimentos das narrativas e as soluções encontradas para resolver as situações que foram descritas.
São dois contos que nos falam sobre como foi possível descobrir os responsáveis pelo sumiço de bens materiais. Um deles, o anel da filha do rei e o outro, três moedas de ouro de um mercador.
O outro conto é bastante conhecido, mas em outras versões. Fala sobre encontar solução para atravessar um rio em uma canoa pequena onde não é possível levar ao mesmo tempo dois animais e um saco de alimento. Como resolver sem correr risco de perder nenhuma das cargas e também respeitar tradições do povo?
Ouvir as soluções dadas pelos alunos e procurar saber como culpados pelos sumiços dos bens foram descobertos podem render "muitos frutos".
Mil e uma estrelas
A autora, que também é a ilustradora, conta a história de uma menina que todas as noites contava estrela e sonhava com histórias, mas um dia não encontra as estrelas e vai atrás de quem as escondeu.
É uma história fala sobre coragem e medo dentro de cada um, independente das aparências. E ainda sobre o poder que as histórias têm de nos fazer sonhar e nos transportar para outros tantos lugares.
O título e a narrativa não deixam de ser uma alusão a Xerazade e suas mil e uma noites.
É para ser lido e relido. O texto é curto, mas muito significativo.
Histórias da África
O
livro traz dez histórias da tradição oral africana. São histórias de
gente e de bicho que falam sobre ética, solidariedade, amor entre outros
temas. Conta também histórias que procuram explicar a origem das
histórias e das relações entre alguns animais.
Seus contos podem ser contados e
recontados, lidos e relidos. Como os temas são bem variados podem
contribuir ampliar ou iniciar muitas conversas.
O coelho e a onça : histórias brasileiras de origem africana
Como em muitas histórias do folclore africano, encontramos aqui a
disputa entre a força física de um e a astúcia e inteligência do
outro, considerado mais frágil. Além da disputa entre onça e coelho
encontramos também o jabuti contra coelho e macaco jovem contra
onça ratificando a ideia da vitória da inteligência sobre a força
física.
O livro é dividido em três histórias
que formam uma. Inicia narrando o motivo da discórdia entre a onça e o
coelho passando pelas tentativas frustradas de conciliações e finaliza
com uma moral. Durante a leitura é possível perceber elementos e
acontecimentos que aparecem em outras fábulas e até com outras
personagens, o que é bastante característico de histórias orais que há
séculos são contadas e recontadas. É do tipo de história que costuma
agradar a crianças e adultos.
Destaco também as belas ilustrações do livro.
Destaco também as belas ilustrações do livro.
Os ibejis e o Carnaval
O
livro conta a história de um casal de irmãos gêmeos e uma avó que que
dialoga com eles. Em meio a uma discussão entre as crianças a avó entra
como mediadora e surgem algumas explicações sobre o Carnaval.
A conversa das crianças é quase um
"Carnaval". Falam de tradição oral, de um livro de Lygia Bojunga e
principalmente sobre o Carnaval, como festa popular.
Depois de tanta discussão entre as crianças, a ideia de dançar juntos por uma escola de samba acaba com a briga.
Ao final do livro encontramos um
glossário explicando sobre festas, instrumentos e personalidades que
aparecem no texto de forma explícita ou implícita.
Fica mais uma dica para quem gosta de
leituras temáticas. Lembro ainda do livro: Tequinho, o menino do samba,
já postado neste blog.
Boas leituras!
A árvore do Beto
Em sua mais nova edição, Beto, protagonista desta história, enegreceu!
O livro conta a história de um menino que sonhava em ter uma árvore de Natal.
O texto escrito fala sobre realização
de sonho, respeito à natureza, solidariedade e, principalmente, amizade,
como elemento fundamental no cotidiano das pessoas.
Uma das imagens que destaco é uma em
que aparece uma mesa de ceia de Natal com pessoas de diferentes idades,
cores e tons de pele e também um Papai Noel negro.
Eu já gostava do texto e agora adorei com as novas ilustrações.
Minhas contas
O livro aborda um tema muito falado na
atualidade, porém ainda pouco discutido nas escolas: a intolerância
religiosa. O autor fala sobre os preconceitos em relação ao Candomblé
que chega a interromper uma amizade bonita entre duas crianças e chama a
nossa atenção sobre a importância de se conhecer os preceitos, o que
prega cada religião, antes de fazer julgamentos prévios e sem
fundamentos.
As gueledés - a festa das máscaras
O autor nos traz um história contada pelo povo Yorubá. Nela,
fala-se sobre o poder das mulheres, principalmente, o de poder ser mãe.
Imagine mulheres que à noite, se reunem e se transformam em diferentes
animais. O que a inveja e o medo dos homens não os levariam a fazer?
Danças, máscaras, músicas e muito colorido explicam a Festa Gueledé
realizada anualmente pelo povo Yorubá.
No final do livro há algumas
informaçãoes sobre localização do povo Yorubá na África Ocidental
falando também um pouco sobre suas artes, mulheres e sociedade.
Não se pode deixar de destacar as ilustrações que são belas e muito coloridas.
É muito provável que, após ler o livro, muitos sintam vontade de produzir máscaras com os alunos e alunas. Fica a sugestão.
Pretinha de Neve e os Sete Gigantes
O autor brinca com a história que é um clássico dos contos de fadas.
Nele, a rainha é que fica viúva e se
casa com um rei, que por sinal é muito convencido, mandão e adora comer
doces. Doces estes que são preparados pela própria rainha.
Nesta história não há espelho, mas é com um tacho que a princesa conversa.
Observa-se que o autor não fez apenas a
mudança na cor e tamanho das personagens. E talvez, por isso, a
história tornou-se ainda mais interessante. São vários os elementos que
mudam sem se perder características dos contos de fadas.
É uma história bem-humorada que também fala de carinho e amizade.
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